Cresci sob o manto do antigo Mestre, aquele frígido que mal falava com os discípulos e ostentava uma hierarquia oriental, da qual, nós brasileiros, de fato nunca nos aproximamos. Passe-ei por diversas modalidades marciais, me graduei faixa preta em TKD e, enfim, achei o meu grande amor - o JIU JITSU.
Como professor há 6 anos, venho notando um grande avanço em relação à forma como são tratados nossos amigos ( não mais discípulos ou clientes), vem se estreitando e invadindo espaços antes destinados aos familiares e poucos amigos. Percebo também que aspectos como respeito e disciplina, devem ser trazidos de casa e reproduzidos pelos Mestres, para que os afins se sintam à vontade em interagir nesse espaço de trocas de conhecimentos que chamamos de tatame.
Aos poucos vejo a figura do manda-chuva caindo, e também do sensei intocável se dispersando nessa imensidão de trocas- a internet. Conquistamos novos espaços e línguas, novas tribos se agregam ao nosso jeitinho de ministrar aulas, ao nosso companheirismo e fidelidade, independente de trajes ou formalidades, enfim, o jiu jitsu é brasileiro, e como tal não poderia ficar preso às formalidades da outra parte do globo.
Entendo que o pedestal afasta o alunado do professor/mestre, professor quando ensina e Mestre quando aprende. Sou pego por diversas vezes recebendo links com novas posições de mestres da informação, que não se preocupam com status ou grana, querem divulgar a arte e compartilhar o saber.
O desafio é esse, quebrar os paradigmas do passado e encarar essa nova forma de ensinar, que se chama compartilhar.
Agradeço à todos os meus alunos/mestres!